Pirataria e a Comunidade Gamer

Bill Capivara 0 comments Facebook Comments

Olá, meus consagrados! Espero que estejam todos bem. Recentemente, houve uma discussão na Internet porque um influenciador e Youtuber se posicionou contra a pirataria.

Claro que as redes logo se mobilizaram e em vários grupos surgiram debates, alguns até acalorados, sobre a questão da pirataria. Logo após a repercussão, o mesmo influenciador digital pediu desculpas.

Claro que a bomba já estava armada e talz. Entretanto, isso é algo que também afeta a FGC. É um assunto delicado e classifico como o tipo de “zona cinza”, ou seja, não dá para ter uma posição 100% para um lado ou para outro. Achei interessante trazer esse tópico para cá, não para defender um lado, mas que os olhos sejam abertos para situações que vão além de apenas baixar um torrent ou ter coragem de pagar R$ 250,00 em um jogo. Já adianto que, vou colocar muito do que entendi do assunto pelo que estudei e vivenciei sobre.

Primeiramente, como o primeito tweet do influenciador diz, pirataria é crime. Não tem muito que discutir sobre isso. Está na lei, não apenas na brasileira, mas em vários países. Na Alemanha, por exemplo, se for identificado que você baixou algum conteúdo ilegalmente, você pode pagar multas que vão de centenas de euros para milhares dependendo do que você baixou e a quantidade.

Segundamente (sei que não existe essa palavra), tem a questão da galera que fez o produto e não tá recebendo por isso. Pior, gente que criou um jogo, por exemplo, e tem gente vendendo esse mesmo jogo, pirateado, recebendo pela pessoa ou grupo que gastou em produzir.

Agora vamos ver pelos olhos de quem consome produtos piratas. Sabemos que o acesso a fontes de lazer é escasso. Soma-se isso, ao menos no Brasil, se tem uma renda baixa que mal dá para pessoa se alimentar. Isso não faz com que a pessoa desista de ter um passatempo, pelo contrário, é quando ela mais precisa para se aliviar de toda a problemática que é sua vida. Sobra qual opção? Sim, essa mesmo, a pirataria.

Outra coisa que faz com que o assunto não seja tá simples de debater é o fator acesso e valor histórico. Antes de a Capcom lançar aquela coletânea com todos os Street Fighters, quem aí tinha uma forma 100% legal de jogar Super Street Fighter 2 Turbo online? Ou, apesar de a SNK lançar altas coletâneas de seus jogos, tem todos os jogos que você queria? Se tem, tem um multiplayer online legalizado? Por exemplo, quem gosta de Rage of the Dragoons, extinta EVOGA, nunca foi portado para um console, infelizmente, vai ter condições de comprar um arcade e uma placa do jogo?

Tem aqueles que podem argumentar: “Mas as empresas são rycas, ganham rios de dinheiro” ou “São mercenárias mesmo, merecem tudo se ferrar, temos que piratear tudo”. Então, não existe empresa que não vise lucro, até as públicas visam. Além do que, as empresas tentam criar formas de tentar compensar a perda com a pirataria impactando assim nos preços, quantidades de DLC, etc.

Toda essa conversa foi para dizer que muitas das razões que levam ao consumo de produtos pirateados são fatores externos ao mundo do produto, no caso, o mais marcante é o fator renda. Ao mesmo tempo em que as empresas precisam ter lucro para continuar fazendo jogos para você continuar se divertindo.

E não há uma defesa aqui de um ponto ou outro, mas uma tentativa de compreensão de ambos os lados. Afinal, como podemos responsabilizar colegas da FGC sendo que muitos foram criados jogando videogames piratas por causa da reserva da lei de mercado? Como apontar o dedo para o coleguinha, sendo que um jogo custa um quarto de um salário mínimo? Como posso condenar as empresas por tentar ganhar dinheiro ou inventando modalidades para driblar a pirataria?

Comente aí sua posição sobre o assunto e lembre-se que pode concordar, discordar, mas com respeito.


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