Análise da luta Brolynho vs Infiltration e comentada pelo próprio!

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Alô, alô, galera, aqui estamos para mais uma análise de match no CounterHit! E dessa vez a análise é especial: hoje escolhemos a partida entre Brolynho e Infiltration pelo Brooklyn Beatdown, a luta que colocou o jogador brasileiro definitivamente no radar internacional. Mas a análise de hoje tem uma novidade… A análise não será feita por mim (Luiz Felipe), mas sim por Thomas “Brolynho” Proença himself! Conseguimos falar com o pro player para que ele desse suas impressões da luta, explicando os momentos-chave de cada round e dando dicas sobre como uma partida entre Necalli e Nash funciona. E já que tocamos nesse ponto, vamos começar justamente por ele:

 

NECALLI VS. NASH: Entendendo o matchup

Inicialmente, Thomas entende que o Necalli perde nos footsies para o Nash: “Primeiro que o dash do Nash é muito rápido e é humanamente impossível reagir – você só consegue, no máximo, dar tech grab. Além disso, os botões do Necalli são bem curtos e acabam sendo ruins para lidar com um Nash. Se eu estiver na distância do cr. MK do Nash, nenhum botão do Necalli acerta o Nash, mas qualquer botão do Nash acerta o Necalli. Se eu estiver um pouco fora do range, eu posso punir whiffs dele, mas sem V-Trigger é inútil – porque, a não ser que eu já esteja fazendo o charge e consiga continuar o whiff punish com um Disc’s Guidance, nada que eu fizer aqui vai ser convertido em dano.” Uma outra alternativa destacada pelo jogador para lidar com o dash extremamente rápido do personagem é dar golpes a uma distância segura: “Você tem que tentar apertar alguns botões, jogar botões no vento para tentar pegar algo que ele tente fazer para entrar, para parar eventuais entradas do Nash”.

Mas, apesar de perder em footsies, Thomas vê o combate à longa distância como sendo vantajoso para o seu char, pois possibilita que ele consiga encher a V-Gauge com mais facilidade. “O Nash corre risco ao soltar Sonic Booms, porque o Sonic Boom demora para sair. Se eu conseguir acertar uma V-Skill e tomar um trade, eu encho quase 90% de uma barra, e se eu tomar três trades desse, eu fico quase com V-Trigger e sem perder muito life. E, se o Necalli conseguir V-Trigger com mais de 50%, é muito difícil ganhar dele, pois, por causa do walk speed melhorado e a habilidade de cancelar qualquer golpe sem charge, ele fica um personagem defensivamente muito forte e qualquer golpe é convertido em muito dano.”

O jogador ainda destaca que é possível impor pressão à curta distância sem V-Trigger, mas que é relativamente mais difícil: “Ele anda muito lento, e só dá para converter dano alto com soco forte ou chute forte/Crush Counter, o que torna fácil para o Nash usar um V-Reversal e sair da pressão.” Mas, quando Necalli consegue o seu V-Trigger, a coisa muda de figura: “Ele fica mais veloz, o dash fica maior, ele cancela qualquer botão em Disc’s Guidance sem charge, e eu posso utilizar o MP o tempo todo e converter ou em MK Valliant Rebellion (quando usa o cr. MP) ou em HP Disc’s Guidance (quando usa o st. MP).”

Sintetizando:

  • O Nash possui normais melhores e um dash muito bom, possuindo vantagem em footsies e controlando bem o mid-range;
  • O Necalli é melhor à curta distância, mas fica limitado a botões lentos para impor dano, sendo fácil para o Nash escapar com V-Reversal e voltar para o neutral game;
  • Por a luta fica muito mais favorável ofensiva e defensivamente quando o Necalli consegue V-Trigger, é importante encher a barra ao longo do round – e a principal técnica usada por Thomas é usar a V-Skill como ferramenta.

Ao longo das duas lutas veremos que as principais adaptações serão feitas por Infiltration, que irá mudar a sua forma de abordagem para enfrentar o Necalli do brasileiro. Thomas, por outro lado, manterá o seu jogo sem praticamente nenhuma mudança grande, focando sempre em encher sua barra de V-Trigger, aproveitando oportunidades para construir pressão e estando em dia com seus hit confirms. E agora vamos para o que importa…

 

1ª LUTA… FIGHT!

Nessa primeira luta, é importante ver a forma como Infiltration lida com o uso de V-Skill de Thomas. No início do primeiro round, pelo menos duas tentativas de Thomas são punidas severamente e o fazendo perder mais de 50% de vida. Ainda assim, dá para ver que são as únicas grandes punições durante toda a luta, pois depois disso Infiltration não consegue encaixar mais nenhum grande punish.

Um detalhe importante do primeiro round é ver quando ocorre a virada do jogo: no momento em que Infiltration utiliza uma rasteira forte e é bloqueada, ele permite a ativação do V-Trigger do adversário e passa a ficar em desvantagem. Brolynho apontou o motivo desse golpe ter sido equivocado: “Eu estava no corner, e acho que faria mais sentido ele ter utilizado o cr. MK – porque se eu tivesse dado o dash um pouco depois, eu tomaria o botão e ficaria por isso mesmo. Como ele usou cr. HK, ele tomou a punição toda e foi parar no outro corner.”

E agora, um último detalhe curioso: aos 61 segundos do primeiro round, Infiltration utilizou um quick rise que Thomas notou não ter sido uma boa escolha. Para o jogador, usar o quick rise naquela situação colocou o Nash numa situação pior do que ele ficaria normalmente: “Se você der o quick rise depois do Disc’s Guidance forte, você fica numa situação 50-50 em que pode tomar grab ou golpe normal… Se você der o back roll, você só pode tomar golpe normal, mas ele ainda apertou um botão e acabou tomando um counter grosseiro.”

Algo que merece atenção é a distância utilizada por Thomas para pressionar Infiltration no corner, durante os dois rounds. Repare que ele fica em uma distância segura o bastante para não precisar usar botões fortes e permitir que o Nash escape usando V-Reversals, ao mesmo tempo em que fica próximo o bastante para prevenir que ele pule ou ande para fora do corner. Esse tipo de controle de espaço é interessante justamente por contrastar com a desvantagem que o Necalli tem, pois mostra que ela não é absoluta.

 

2ª LUTA… FIGHT!

A segunda luta é interessante para perceber os ajustes feitos por Infiltration. Ao ver que suas tentativas de punir as V-Skills Brolynho não estavam funcionando, podemos perceber que ele passou a simplesmente evitar que ele se aproximasse, utilizando normais e principalmente o MK Sonic Scythe para cobrir o mid-range. E, novamente, são em alguns momentos-chave que Brolynho consegue tomar a dianteira novamente e vencer a luta.

No primeiro round, Brolynho tenta utilizar um Disc’s Guidance para prever uma fireball, mas falha. O player indica que isso foi bem planejado: “Normalmente você não usa Disc’s Guidance para punir fireball, porque on block é -6 e você pode tomar uma boa punição e pressão, mas nesse caso aqui, é um Nash que não tem barra, não tem nada, então eu vou tomar o quê? Se eu acertasse, iria pressionar ele; como não acertei, tudo bem”.

A partir desse primeiro momento, um padrão se estabelece: Infiltration começa a intercalar normais de longo alcance com MK Sonic Scythe, pulos neutros e dashes. Enquanto os pulos neutros e dashes servem para escapar de eventuais V-Skills de Brolynho, os golpes funcionam como uma barreira que o impede de se aproximar. Mas, apesar de ser uma estratégia defensivamente interessante, Infiltration nunca consegue converter seus golpes em combos extensos, se limitando a tirar dano em doses tão pequenas que praticamente não são um problema.

E é quando Infiltration toma a sua primeira punição grande no round que o jogo vira a favor de Brolynho. Após uma leitura errada de um dive kick, o Nash toma o primeiro golpe no ar e apertou um botão ao levantar, permitindo que Necalli ativasse seu V-Trigger e ganhasse muito potencial de dano. Brolynho ainda aponta que Infiltration poderia ter dado backdash ao tomar o primeiro counter durante as trocas ao fim do round: “A partir do momento que você toma o primeiro botão do Necalli em pé, você pode dar backdash, e ele tinha life para aguentar um golpe no backdash – ele ia tomar counter por ter dado backdash, mas resetaria a situação e sairia da pressão. Mas ele ficou bloqueando… Aí complica.”

Já no segundo round, Infiltration consegue encaixar logo de cara um combo inicial finalizado com CA. Para Brolynho, isso foi um erro: “Eu não estou com stun alto, vou encher bem a barra de V-Trigger e ele não vai ter barras para me punir forte se eu levantar com um shoryuken – que é o que eu faço e ele acaba tomando. Eu acredito que, contra o Necalli – e o Keoma faz isso bem -, o mais interessante é você usar o CA quando ele estiver prestes a ganhar o V-Trigger, porque aí você vai tirar muita vida dele e ele só vai ativar o V-Trigger quando estiver com pouquíssimo life.” E, de fato, dá para perceber que o Nash fica extremamente defensivo após o CA, pois lhe faltam recursos para ditar o ritmo da partida e encaixar os seus próprios combos.

Logo em seguida, repare que Brolynho precisou apenas de um dash e de um agarrão para empurrar Infiltration para o corner, e, com um command grab em seguida, reduziu a vida do adversário a menos de 20%. E, ao fim, a luta terminou com uma estupenda Critical Art, que foi fruto de uma leitura constante ao longo da luta: “O Infiltration sempre apertava botão depois de dar um Sonic Boom. Durante a luta toda, praticamente todo Sonic Boom era seguido por um golpe normal, e aqui não foi diferente. Além disso, ele não poderia voltar pro neutro, porque com qualquer golpe ele iria morrer – eu poderia usar os botões do Necalli fora do range do Nash, poderia punir qualquer Sonic Boom dele… Então, ele tinha que me matar ali.” E foi com essa leitura rápida e precisa que Brolynho levou essa grande vitória.


E essa foi mais uma análise aqui no CounterHit. Não deixe de curtir, compartilhar e nos dizer aqui embaixo o que achou – além de, é claro, dar sugestões para as próximas análises!

Dica enviada via e-mail por Luiz Felipe Lima (luiz@delfos.net.br)

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