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Entrevista de 2009 com Alex Valle e o seu retorno em SF4


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Entrevista originalmente feita em áudio por Keits e transcrição postada no antigo PV.

Achei interessante repostar aqui, apesar de ser antiga, pois o Valle fala bastante sobre o aspecto competitivo, a cena dos jogos de luta em geral e muito mais, marquei as perguntas mais interessantes em vermelho. Vale a leitura!

 


Adam (Keits): Beleza todos, obrigado por estarem conosco. Eu tenho aqui comigo Alex Valle, a lenda do Street Fighter do Sul da Califórnia, para falar sobre o torneio Evolution e sobre o que ele fará este ano. Então diga um olá a todos, Alex.

Alex: Opa, como vão todos?

Adam: OK ouvimos alto e claro. Então... fale um pouco mais sobre você. Quem você é? Quantos anos você tem? Onde você nasceu?

Alex: Meu nome é Alex Valle. Nasci em Lima, Peru. Vim para os Estados Unidos quando eu tinha 4 anos. Jogo Street Fighter desde 1991. Estive por aí, cara, desde o boom dos arcades dos anos 90, na época do Champion Edition. Daí em diante, cara, o resto é história: jogando, ganhando torneios, ganhando aqui e ali até agora.

Adam: Para alguém que está nessa há algum tempo, você fez um nome na comunidade; Todos sabem quem você é pela reputação e por nome, mas eu acho que muitos dos mais novos podem não conhecê-lo. Você não é o que chamamos de Super Start do YouTube, como são Justin ou Daigo. Então fale um pouco sobre suas conquistas com o Street Fighter nestes anos.

Alex: Bem, um dos primeiros torneios anunciados na internet era o chamado B3: Battle By the Bay, que era organizado pelos fundadores do EVO, Tom e Tony Cannon. Eles anunciaram no newsgroup alt.games.sf2 naquela época, eu acho. Eu não era muito internético naquela época. Parecia para mim tudo uma coisa do disse-que-disse que eu ouvi. Então tinha lá um tal torneio anunciado na internet, do qual ouvimos falar. Geralmente os anúncios dos torneios se davam no boca-a-boca ou por pequenos flyers ou não.
Isso foi na época em que me encontrei com Mike Watson: Talvez um ano e meio antes do tal torneio. Ele praticamente me criou e me levou à direção certa do caminho das competições. Logo que joguei com Watson, ele destruiu tudo o que eu era. Tudo o que eu sabia era um nada; eu simplesmente apanhava...

Adam: Acredito que muitos de nós experimentamos algo deste tipo de pensar que somos os tais e depois encontrarmos alguém que acaba com isso.

Alex: É, bem isso. Voltando a este um ano e meio, eu aprendi tudo o que podia de Jeff Schafer, Martian Veja, Thao Duong: dos verdadeiros velhacos dos jogos daquela época. Eu nunca tive a chance de jogar com Tomo, no entanto. Eu perdi a geração dele. Meu primeiro torneio verdadeiro foi em Las Vegas com John Choi onde eu fiquei em 4º lugar no Street Fighter Alpha, mas então quando chegou o Street Fighter Alpha 2, eu já comecei logo dominando: Eu era praticamente invicto naquele jogo. Depois disso, todos me consideravam o maior desafio de 1996 até 2001. Em cada lançamento, do X-men VS Street Fighter até o Alpha 3, em todo torneio que significava alguma coisa, eu tirei o primeiro lugar. No Street Fighter Alpha 3, não sei se você já ouviu falar, da primeira vez que encontrei Daigo, ele me venceu. Foi minha primeira derrota. Mesmo que eu havia perdido umas partidas por aí nos torneios, esta derrota foi um pouco mais decisiva em termos de habilidade, porque ninguém jamais havia jogado como Daigo.
Outro momento importante para mim foi quando eu era membro do primeiro time americano que jogava contra os japoneses para o documentário “Bang the Machine” sobre a cultura americana dos jogos. Bang the Machine foi filmado no torneio após o B3, chamado B4. Neste torneio, os vencedores eram escolhidos por uma pontuação mensurada em um sistema lá. Tipo o primeiro lugar ganhava tantos e tantos pontos, não lembro direito. Foi há muito tempo. De qualquer forma, eu fiquei em primeiro lugar em cada um dos jogos que tinha lá, exceto por uns dois. John Choi também foi qualificado. Mike Watson foi classificado mas não podia ir (nota do editor: Na verdade, Mike Watson foi e competiu pelo Team USA). Eddie Lee era tipo o melhor de Nova Iorque, e era basicamente meu rival para os jogos mais novos. Ele representava uma geração após a minha, dos jogadores de Nova Iorque. Ele não se classificou, mas por algum modo, bem, não quero queimar muito o filme, mas ele acabou indo para o Japão. Espero que um dia o EVO mostre o Bang the Machine outra vez e você poderá ver o que aconteceu. De qualquer forma, me encontrei com Daigo outra vez lá com uma quantidade massiva de jogadores Japoneses. Era nossos melhores contra os melhores deles, e eu fiquei em primeiro lugar do meu time. Outra vez, Bang the Machine mostrou como eu e outros dois do time rival foram.
Continuando, depois disso, nós…

Adam: Bom, deixa eu interromper um pouco. Vou fazer uma pergunta. Agora que a galera tem Youtube e estes recursos para ver os outros jogadores antes de você poder enfrentá-los, você pode dizer à todos como era jogar naquela época, quando você só sabia como era os jogadores locais? Quando um jogador de outra cidade vinha te enfrentar, você deveria ver coisas novas todas as vezes, para as quais não estaria preparado. Então como era jogar naquela época, ou mesmo na primeira vez em que você enfrentou os Japoneses, quais eram os sentimentos daquilo que você sentiu quando viu alguma coisa de cair o queixo, totalmente nova nos torneios?

Alex: Falando francamente, na era pré-Watson, antes de eu encontrá-lo, eu encarei a fase de ver coisas novas o tempo todo e toda aquela paixão por aprender Street Fighter: Era competitivo demais para mim. Me acostumei. Se eu vejo algo novo, lembro dessa época e penso “ok, uau! É por isso que eu jogo Street Fighter até hoje”. Existe alguma coisa para eu me adaptar.
Então, quando a sua questão sobre o YouTube e sobre olhar as estratégias, uma coisa é clonar as estratégias para si, mas vai ser muito difícil para um novato se adaptar pessoal. Quando você joga em uma atmosfera competitiva, estará sob pressão. Ok? Se você não vivenciou muitas jogadas, não será capaz de vencer estratégias diferentes cedo ou tarde. Entende?

Adam: Entendo. Você acha que jogar online está ajudando muitos jogadores que não vivem em uma região populosa a superar dificuldades para se adaptar a novos jogadores e novas situações?

Alex: Sim, online é bom pra isso… Mas eu falo pra você, você tem que enfrentar alguém... Porque se você não tiver isso, não pode sentir o outro jogador. Não estou dizendo para senti-los respirar. Quero dizer, ele pode estar a uma sala de distância de você, mas se você estiver jogando bem, poderá ver a cara deles. Não precisa nem isso, quando você sente que está fazendo as coisas direito, tudo funciona de algum jeito. Apenas funciona. Você pode sentir o oponente perdendo devagarzinho e engolindo isso. E então eles prestam atenção no seu jogo como dizendo “droga, minha estratégia está falhando no terceiro round”. Sabe por quê? Porque o cara está olhando para você dizendo “percebo que você pula para trás três vezes seguidas, então vou lançar uma magia e vou fazer um cross-up nervoso em você”. Ponto. Fim de jogo. Você sabe, coisas desse tipo. Não é apenas ganhar online e pensar “oba, ganhei”. Não não. Você tem que vencer o oponente pessoalmente, porque quando vale você tem que sacar a coisa por 3 rounds inteiros, se chegar tão longe.
Se você vê as pessoas jogando online, eles são preguiçosos porque ninguém se importa. Você quer dar aquele combo e tal, mas é uma preguiça total. Se você tivesse que fazer a mesma coisa em um torneio de verdade, 50% do seu life iria embora só na tentativa do negócio. Tentativa. Então, assim que você descobrir como, no primeiro round, no round 2 você não deixará nada faltando. E você não vai tentar sua estratégia treinada online, porque quando está valendo e você está sentado ao lado de uma pessoa que sabe que vai ganhar de você, a estratégia não vai funcionar.
Logo, online é uma boa ferramenta no início. Você fica exposto a diversas estratégias, mas ninguém se importa ainda. Você tem a satisfação do tipo “oh, venci tal estratégia, maçarei uma tarefa completa na lista”, mas não é pra valer. Tente fazer o que faz em um torneio consistentemente e veja o resultado.

Adam: Bom conselho vindo de um sábio como Alex Valle. Mudando de assunto, você tem 31 anos, é isso?

Alex: Sim, é isso.

Adam: Se não se importa que eu pergunte, qual é a sua situação em casa? Você tem família? Emprego? O que você anda fazendo?

Alex: Eu trabalho para uma companhia coreana de MMO. Tomo conta das traduções para o espanhol de nosso portal e faço a garantia de qualidade da funcionalidade de nosso portal.

Adam: Parece trabalhoso.

Alex: Pois é, tem muito para se fazer.

Adam: Quantas horas por semana você trabalha?

Alex: Varia. É um trabalho com jogos, mas sou assalariado, então fico lá até terminar o trabalho. E eu tenho uma namorada que logo se mudará para o Arizona por um ano. É bem difícil conciliar a hora de praticar e o tanto que joguei nos últimos dias antes que ela vá embora.

Adam: Aconteceu uma discussão por aí entre os mais novos, os do meio e os jogadores mais velhos sobre o que significa envelhecer. Obviamente você tem mais experiência que alguém que tem 18 anos, mas você tem estes fardos da vida real. Como você acha que estas coisas, todo este tempo que vocês não pode treinar, afeta sua performance quando você vai ao EVO ou ao Super Battle Opera?

Alex: A única coisa em que me afeta é na execução. Para a maioria das situações padrão fotográficas que aparecem, é o condicionamento e a execução que mais se complicam. Estratégias e superar obstáculos nunca vão me deixar. A idade não importa. Você ainda tem jogadores de Super Turbo que estão com uns 40 anos e ainda dominam, e o jogo requer muita execução e velocidade. Não existem atalhos no Super Turbo: Se você errou um shoryuken, é porque errou um shoryuken.
Eu na verdade acho que tenho uma certa vantagem sobre os novatos, pois, por ser bom em todos aqueles jogos, eu estou preparado. Eles precisam aplicar tempo e trabalhar para se ajustar às dificuldades.

Adam: Bem, o que você diria se alguém como Justin Wong chamasse você de antigo ou se alguém como Arturo Sanchez te chamasse de “1998 Power”. O que você mostrar a eles quem manda? Obviamente que não quero responder por você, mas você acabou de se qualificar para o SOB (Super Battle Opera). Parabéns, sir.

Alex: Obrigado.

Adam: Mas eu quis dizer... o que você vai fazer no EVO para mostrar pra eles que seu reino de terror ainda não acabou?

Alex: Um lembrete amigável: Eu estive em todos os EVO, e mesmo quando não venci, fui uma ameaça. Discussões e coisas do tipo: é tudo bobagem para mim. Honestamente, eles estão fazendo seus nomes. Eu já tenho um nome (rindo). Eles são os caras que querem fazer seus nomes conhecidos. Toda força para eles: podem falar o que quiser quando forem ao banco fazer o saque, mas eu sempre estarei ali dificultando para eles. A propósito, Mike Watson entrou na classificatórias para o SOB do ano passado de ST. Ele dominou o torneio, mas não foi [ao Japão]. Ele não tinha intenções de ir. Ele entrou para ter certeza de que o time que representaria os Estados Unidos era forte o suficiente para ir. Entende? Esse é o nosso papel. Honestamente, é muito patético ver os nossos top players serem chamados de top players, que são tão bons que quando vem o enpurrão na hora que enfrentam alguém bom de verdade, eles são humilhados. E o que isso diz de nós? Toda essa merda que eles estão falando, eu já ouvi da maioria dos jogadores da Costa Leste, exceto Justin Wong. Justin Wong é a único exceção. O resto... é por isso que trabalho. Eles têm um monte de novatos. Estão triturando. Tentam fazer o melhor, mas precisam perceber que isso não começa nem acaba agora. Tem muito tempo à frente. Você tem muito tempo para provar que é o melhor. Se você ganha este ano, todo o poder é seu, mas não significa nada. Porque você só enfrentou um pedaço do mundo. Você tem que enfrentar a todos. Eu joguei contra todos.

Adam: Então você deve ser o Ryu…

Alex: É, bem isso.

Adam: Você viaja o mundo com um kimono na bolsa e nenhuma troca de roupa lutando com todos que puder.

Alex: (rindo) É, bem isso. Muitos aqui não conseguem crédito, mas não estão lá fora se posicionando. Digo, veja o Combofiend: Ele é uma “mãe humilde”. Fala merda durante suas vitórias. É aí que ele sente sua gratificação. Ele não se importa com o que dizem... Quando eu estava escolhendo o time para o 5 contra 5 do torneio de Street Fighter 4, ninguém falava sobre ele, e eu sabia que ele era um dos melhores do time. Ele e Ed Ma, eu sempre soube que eram melhores que eu no momento. Quando eles começaram a detonar no jogo, eu sabia que aqueles caras eram os caras que eu deveria vencer, mas eles não ficam se gabando. Eles deixam o jogo falar por si.

Adam: Sim, deixe que os punhos falem, certo?

Alex: Isso. Voltando a todos me chamando de “1998-Power” e “velhote” e coisas do tipo, estamos em 2009 e meu nome ainda é conhecido. Em que mundo eles vivem?

Adam: Disse bem, disse bem. Então, o que te fez voltar do que chamam de pseudo-aposentadoria para o Street Fighter 4? Os números? A empolgação? O que foi?

Alex: O que me traz de volta é a competição. Destes dois últimos EVOs, 2006 foi quando eu mais saí do descanso para praticar, honestamente. Em 2007 eu fiz o dever... talvez jogar um mês antes do evento, porque não haviam jogos novos. Em 2008, eu apenas me coloquei um pouco em forma para alguns dos jogos.

Adam: Você acha que ficou um pouco sem vontade porque eram as mesmas caras de sempre e os mesmos velhos jogos?

Alex: Veja, eu não sou o único. Há bastante gente que ainda pode fazer isso. Eu sou um deles, John Choi é um deles, e Justin Wong pode fazer isso. Estes caras não precisam ir a todos os torneios para provar nada. Eles possuem o negócio esculpido em uma rocha na mente: é como andar de bicicleta ser bom em Street Fighter. Você pode tipo treinar duas semanas antes do torneio, um nacional, e ainda ficar em top 10, top 8 no EVO, mas agora em SF4, eu nunca vi tanta empolgação e sede por um jogo, o que me lembra os anos 90. Muito. Eu estou cruzando as fronteiras da minha vida decidindo entre levar a namorada para sair ou treinar forte com os caras. Ou tipo ir para o cafofo da Watson e melhores com eles, ou fazer o que é preciso para dominar no jogo. Estou fazendo o que alguém que ama o jogo de paixão faz.

Adam: Eu acho que muitos te admiram de verdade e alguns outros membros proeminentes da comunidade por isso. Vocês faz porque ama, não porque voltará pra casa com um cheque bem gordo. É por causa do destino. É por isso que você está nessa.

Alex: Isso.

Adam: Então estamos falando agora há pouco sobre como é assistir um evento de Street Fighter ao vivo como espectador. Em uma tangente, os jogos de luta são um esporte interessante para o espectador. Tudo parece óbvio para alguém que não sabe exatamente o que está acontecendo. Qual personagem está tentando acertar o outro para acabar com a energia, e quando o personagem foi nocauteado. Um conceito bem padrão, mas você vê um monte de lutas no YouTube e a excitação simplesmente não está lá. Última semana, vendo a classificatória para o SOB ao vivo, eu me senti como se estivesse lá: A empolgação era real.

Alex: Me permita fazer uma analogia disso. (limpa a garganta). Você tem o tênis is, onde você pode assistir qualquer circuito aberto ao vivo, e então temos o Vale Tudo, certo? Então se alguém acerta um saque e o outro rebate de volta no tênis, ninguém vai falar nada até que o ponto apareça, aí eles batem palmas porque é permitido. No Vale Tudo, você vê gente gritando o tempo todo. Você tem o anúncio, os gritos, e tudo o que acontece antes do quebra-pau até a primeira porrada. É o que acontece com Street Fighter neste momento. Um RTS [estratégia em tempo real] é como o tênis: Você não pode ver nada. É chato, não há comemorações. Uma merda. Você não sente a intensidade. Mesmo se os caras ficassem se xingando antes, você não vê essa parte e não se importa. Você só quer ver o quão rápido eles fazem os zergs [NT: starcraft] atacarem. Quem se importa. Quando vocês vê estes caras no SBO pelo streaming ao vivo, você sabe que Slasher e Gootecks realmente fizeram um bom trabalho apenas tentando dizer o que se passa no momento. Uns gostam e outros não, mas foi bem legal. Eu nunca vi nada igual.

Adam: Ser capaz de sentir a empolgação em casa me lembra de como é estar no local e é um chamariz para os novatos que ainda não se sentem preparados para competir, é como se o EVO fosse nosso super-bowl, e não custa nada para ir e assitir. Você devia estar lá.

Alex: É, com certeza. Na minha entrevista com o Kotaku que dei antes, me perguntaram “porque você vai ao EVO?”, saca, eu fui ao EVO quando era chamado de b-series: b3, b4 e b5, até que se tornou em Evolution. Eu tenho uma longa história com estes caras, e eu sei que eles sabem bem o que fazem. Eles se dedicam 100% aos jogadores. Levam em consideram o que eles pensam, entende? Eles não forçam as regras, mas levam em consideração o que a comunidade pensa na medida do possível e sempre fazer bem feito. E aí você tem a melhor competição. Você não fica segregado à uma região: Todas as regiões vão para este evento, todos os melhores jogadores de que se tem notícia vão ao EVO.

 

Adam: Isso é parte da beleza do EVO. É um torneio aberto onde qualquer um pode entrar.

Alex: Isso também, isso também. Você tem uma grande equipe: São jogadores de Street Fighter, amigos na comunidade, não apenas um diretor de uma empresa dizendo “Me deixe... só posso falar nesta época do ano”. Eles são caras bacanas.

Adam: Essa é uma outra coisa, se você é fã dos jogadores bons, pode chegar lá no EVO, encontrá-los no piso, apertar a mão do cara e dizer “Olá, sou um grande fã”. Você pode pegar um autógrafo. Não dá para fazer isso no superbowl. Você não pode chegar nos jogadores e falar “Oi, sou um grande fã”.

Alex: Não. E você tem que dar crédito à estes caras porque foram eles quem começaram com os torneios amplamente divulgados pela internet. Provavelmente hoje, há pessoas pegando idéias de como fazer um bom torneio com o EVO, porque este é o torneio mundial de referência.

Adam: Definitivamente minha recomendação para todos aí é pegar um avião para Las Vegas, pegar um quarto de hotel, se apertar feito Sardinha com uns caras, o que não custa nada, e pelo menos vir ao domingo no EVO e ver as finais. Vai ser a coisa mais insana que a comunidade já viu, eu prometo.

Alex: Absolutamente, todo mundo é legal lá. Tem a área para levar seu console onde tem jogos desde Teena Mutante Ninja Turtles de fighting game até qualquer Samurai Showdown. Quero dizer, tem caras fanáticos lá.

Adam: É! Você acha competição em qualquer coisa. Tem gente jogando até quebra-cabeças lá, Super Puzzle Fighter e Magical Drop.

Alex: É. E o melhor de tudo é que é em Las Vegas. Não é como nos campus de universidades onde não dá para fazer nada e nem tem restaurantes por perto. Você está numa cidade muito louca.

Adam: Definitivamente. Vamos voltar ao tópico aqui antes de terminar. Um dos eventos especiais do EVO originalmente anunciado este ano é um Super Street Fighter II HD Remix de 5 contra 5, mas parece que Street Fighter 4 roubou a cena, então eles mudaram para Street Fighter 5 contra 5. Me fale da sua região e como você se sente ao saber que vai lidar com outras regiões. Você tem medo de alguém? Aprendeu alguma coisa de alguém?

Alex: Bem, eu sou o capitão do time do Sul da Califórnia, e eu era o único a escolher um time sem precisar de um torneio, porque eu sei o que faço. Havia uma controvérsia sobre isso até na minha cidade porque eu não estava jogando com ninguém e ninguém tinha idéia do que estava acontecendo. Até hoje, se você olhar para os resultados daqueles jogadores, eles estão pegando top 3 em torneios toda vez que entram. Eu sinto que este time é “imparável”.

Adam: Parece, para mim, que você está escolhendo consistência, o que nos leva de volta ao que você disse dos jogadores da costa leste. Eles são ótimos, mas não tão consistentes como você.

Alex: Isso. Não são tão consistentes. Digo, Arturo e Joe vieram aqui e me venceram no torneio por times. Eu os respeito mais agora do que antes quando só falavam, porque eu vi ao vivo. Sabe como é, você não respeita alguém que só fala, fala, fala e depois não mostra, mas eles mostraram. Vieram aqui e mostraram como é. Me venceram, mas não venceram Combofiend (Peter Rosas). Nós temos um tempo antes do EVO, e estes caras não enfrentaram os outros 3 membros do time. Ed Ma está no time e eles pegaram 2º na classificatória para o SOB. Basicamente todos no time têm um emprego e é ocupado, e eu botei uma pressão desde o início para saberem que estão no time e têm a obrigação de não desanimarem. E eles estão treinando bastante. Eu não quero fazer um torneio porque eu não quero que um jogador aleatório venha aqui sem química com o time e não seja capaz de jogar em um nível consistente. Eles poderiam ser bons por um mês e só. Eu sei em parte como o nível das habilidades muda, e com time que selecionei, eu não acho que qualquer um pode ultrapassá-los até depois do EVO. Depois do EVO, se eu tivesse que escolher um time outra vez, eu não poderia. Eu deveria fazer um torneio, se é que faz sentido.

Adam: Acho que estou entendendo.

Alex: Sim, exatamente, porque eu já sei como, na minha região, os jogadores que tenho visto jogar, eu sei como vão acabar nos rankings. Não serão capazes de acompanhar os jogadores do meu time, provavelmente depois do EVO. Eu não vejo nenhum time nos vencendo. O time da costa leste pode ser o único. Isso não significa que vamos desistir. Estamos ralando assim como eles. Estamos ficando melhor neste exato momento. Estamos muito melhores como um time. Esperamos ver grandes desafios entre todas as regiões.

Adam: Vai ser amistoso, tenho certeza.

Alex: É, o respeito será dado quando jogarmos. Vencendo ou perdendo, o respeito estará lá.

Adam: Saindo da exibição para o verdadeiro torneio de Street Fighter 4. Eu tenho certeza que não houve muitas nos anos anteriores, mas você aguarda surpresas para este ano? De vez em quando alguém de quem nunca se ouviu falar consegue um top 8 ou top 16. Você espera assim com uma tabela tão grande de jogadores?

Alex: Honestamente, espero. Tem muita gente jogando agora. Pode ser o jogo de qualquer um para o top 32, top 16. Top 8, nós temos uma idéia melhor de quem vai aparecer em pelo menos 4 deles, mas não para os outros 4. O jogo ainda é novo, tudo pode acontecer. Já houve tantas reviravoltas em torneios. Pessoas que não deveriam conseguir uma colocação estavam lá. Os Ranbats (nota: abreviação de Ranking Battle – Luta por Ranking) do Arcade Infinity são inconsistentes porque as pessoas ainda estão aumentando o nível. Você tem os top 3 mudando entre eles, mas os 4º, 6º e 6º lugares não estão tão longe.
As pessoas estão melhorando e eu espero ver grandes coisas de novos jogadores, e eu quero que continuem a jogar. Continuem com a consistência, adaptem-se à todas as loucuras e quer saber? Vão ter um nome na casa também.

Adam: Definitivamente, definitivamente. Quero dizer, você não consegue melhor conselhos de ninguém que deste cara, Alex Valle. Ele vai te dizer como é que é, mas também vai ajudá-lo a chegar onde você quer. Definitivamente, um dos grandes.

Alex: Obrigado.

Adam: Obrigado. Foi muito bom falar com você, algo que você gostaria de dizer antes de acabarmos?

Alex: Na verdade, sim. Continuem jogando. A todos, se você pensa que consegue ir ao EVO, talvez você consiga ano que vem. Não é obrigatório ir à estas coisas. Apenas tenha em mente que a comunidade é forte e nós sempre estaremos aí para ajudar, mas também tenha em mente que é uma cena muito competitiva. Não leve à mal se alguém quiser muito ganhar. São apenas eles. Você pode fugir ou encarar, ou apenas melhore, cara. Fique bom em casa. Faça o que tem que fazer para melhorar em Street Fighter, e a competição cuida do resto.

Adam: Maravilha. Obrigado novamente por participar da entrevista, e te vejo no EVO.

Alex: Isso aí. Obrigado Keits.

Adam: Se cuida, Alex.

 


 

Fonte: PortalVersus

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