É possível afirmar que os jogos de luta foram parte do passado de muitas pessoas, seja para os mas velhos que curtiram os bons tempos nos fliperamas (leitura recomendada) ou para aqueles que compravam os jogos para jogar em seus consoles no conforto de casa. Mas será que comparado com antigamente, hoje em dia temos menos variedade e inovação? Ou talvez até mesmo menos pessoas interessadas em se dedicar aos jogos de luta?
Neste texto escrito por Daniel Sacramento (que nos foi enviado via e-mail) ele opina sobre o assunto contando o seu passado e experiências com os primeiríssimos jogos de luta e o estado atual deles, em sua própria visão.
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Passado e futuro – A luta pra se manter no Pódio.
Em meio a títulos aclamados como God of War, Uncharted, Battlefield, Call of Duty, Fifa, entre outras franquias de sucesso, os jogos de luta parecem ficar cada vez menos glamorosos. Pelo menos, parecem. Mas os eventos de grande porte nacional e internacional servem como vitrine para incentivar cada vez mais adeptos das franquias de luta. Antes da geração online, o encontro dos lutadores mais fortes era no bom e velho bar da esquina. Lembro dos tempos de escola, quando eu saia cedo e ia jogar num galinheiro… rs! Nesse galinheiro eu conheci um dos jogos que mais tenho carinho, The King of Fighters, no ano era o KOF 94. Quando eu vi pela primeira vez aquele jogo, com aquela mecânica de trios, carregamento de barra de energia e especiais, meus olhos brilharam! Eu mal sabia fazer um “C pra frente”.
Eu tinha 9 anos, o ano era o de 1995 se não me falha a memória. Os concorrentes diretos de KOF eram os da mesma produtora, a lendária SNK, Samurai Shodown, Fatal Fury 2 e World Heroes. Na Capcom me lembro de Street Fighter 2 (nostalgico, mas não me empolgava, apesar de ser revolucionário também), e o surreal Mortal Kombat, que me deixava com frio na barriga (principalmente por conta do Goro… sonhava e tudo #medo).
Daí vieram os anos seguintes, e a cada ano, um KOF do respectivo ano anterior. Em 1996, o KOF 95 (praticamente um Kof 94 melhorado, com opção de escolha de personagens separados, personagens novos e carismáticos ao extremo (Iori Yagami – Lendário). Final do ano de 1995, lança o 96. Nova mecânica, mais personagens ainda, clássicos de outras franquias de Fatal Fury, e novos como Leona, Mature e Vice. E pra encerrar essa analogia do passado, no fim do ano de 1996, lança o KOF 97. Acho que dispensa até qualquer tipo de comentário, foi nesse game que eu fui de fato entender o que é um combo. Jogar o cara pro alto e mandar especial (Terry), os personagens mais carismáticos que eu vi em um game de luta, Yashiro, Chris e a Shermie (ahh a Shermie, quanto carisma… #suspiro).
Fechando essa analogia ao passado com o KOF 97, nesse mesmo período de tempo tivemos também a evolução do Street Fighter e do Mortal Kombat. Aí você pensa: “Ué? Mas aonde você quer chegar?” Quero mostrar que antes, jogos de luta eram dominantes, porque quando você não tinha um vídeo game em casa (acredite, eram bem mais difícil ter um console), você tinha que estar no fliperama, e lá, a cada 10 máquinas, 8 eram de luta, e sempre estavam cheias. Era mais tangível o duelo, era mais desafiador…
Hoje temos jogos de luta em bem menos quantidade e nada tão inovador. Franquias se perderam no tempo vide Samurai Shodown, World Heroes, Fatal Fury… “Ué? Mas são só jogos da SNK, e essa empresa teve um período de grande crise cara…” É, eu sei bem disso. Mas ainda assim deixa muita saudade de quem vem de 1980 pra cá. Temos gratas surpresas da geração passada que tiveram continuação nessa. Como por exemplo Injustice, o próprio Guilty Gear que vinha originalmente do PS1, e os brilhantes Street Fighter 4 e Mortal Kombat 9. Em termos de jogabilidade e mecânica de jogo o SF4 revolucionou a franquia, revolucionou tanto, mas tanto que o seu sucessor da nova geração, o SF5 não conseguiu ter o mesmo sucesso, e pelo visto nem a mesma popularidade, tanto que jogadores do mundo todo estão clamando pela volta do seu antecessor nos torneios, mas não quero me envolver em polêmicas, por tanto nem vou me aprofundar nesse assunto (tomara que volte mesmo… Rsrsrs).
E o MK9 não pode ficar sem comentário né? Um jogo de luta que foi brilhante em caprichar no modo história, e de quebra revolucionou também, inspirando (e quase que forçando) os próximos concorrentes a tentar fazer uma história decente, o que claro, não aconteceu em Street Fighter 5 (Modo história bem fraco…). O Injustice também teve um modo história lindo de assistir, também com mais de 1000 quadrinhos, não poderia ser diferente, ainda mais com o dedo do Ed Boon (Produtor do Mortal Kombat). Nessa geração estamos com o MKX que não teve o mesmo sucesso no modo história, mas que da mesma forma ainda é o melhor modo história dessa geração, fora o gráfico e a mecânica de jogo que conseguiu ser bem superior ao anterior.
A grande controvérsia dessa geração é o Street Fighter 5. O jogo teve tanta pressão dos fãs e dos empresários que teve um lançamento precoce e bem mal feito. Agora que estão saindo as “maravilhosas” DLC’s, uma atrás da outra para correção e novos chars. Fica difícil pra quem conhece jogos aclamados, clássicos e até os novos entender como faz pra gostar de um jogo corrido assim. O jogo está com esses status ainda muito por conta do seu antecessor que foi épico.
Mas não posso deixar de falar dos KOF’s que tivemos, os mais relevantes da últimas duas gerações, KOF 13 e KOF 14. O KOF 13 recuperando a dignidade da franquia, e o KOF 14. Nostálgicos, com os personagens carismáticos e com muitos novos. A grande surpresa do KOF14, que veio pra brigar por espaço novamente foram as DLC’s que a princípio nem teria. Uma pra melhorar o gráfico (que foi bem considerável por sinal) e outra com 4 novos personagens (Rock, Yamazaki, Whip e Vanessa).
Rock bem caprichado, já na intenção de promover o tão aguardado Garou Mark of the Wolves 2. A SNK está tentando novamente resgatar o prestígio que outrora era tangível demais. O momento é propício, pois estamos carentes de grandes franquias como num passado não tão distante. Opções não faltam, as continuações de SNK VS CAPCOM 3 – DC VS MK 2 poderiam ser pelo menos cogitadas.
Em meio a tantas franquias que não são de luta, é preciso continuar lutando…
Daniel Sacramento.